Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Por Henrique Ferian
Na manhã desta sexta-feira (8), o Jornal da Manhã, da Jovem Pan Três Lagoas, recebeu nos estúdios a psicóloga Rafani Marques e a coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), Alessandra Rodrigues, para falar sobre o Agosto Lilás – campanha nacional de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Durante a entrevista, as convidadas destacaram a importância da mobilização social e da rede de apoio para enfrentar a violência doméstica, que continua sendo um problema grave no município e em todo o país.
Rafani explicou que o CRAM trabalha com a identificação e atendimento de cinco tipos principais de violência:
Segundo ela, muitas mulheres sentem vergonha ou medo de denunciar, especialmente quando o agressor é alguém próximo, o que dificulta a quebra do ciclo de violência.
De acordo com Alessandra, os dados mostram que mais mulheres estão procurando ajuda.
Em 2024, o CRAM atendeu 710 mulheres vítimas de violência. Apenas no primeiro semestre de 2025, já foram 366 atendimentos, com tendência de superar os números do ano anterior. No total, somando todos os serviços prestados, 2024 fechou com 1.168 atendimentos, e 2025 já registra 710 até agosto.
Para ela, o aumento não significa necessariamente mais casos, mas que o silêncio está sendo quebrado e as vítimas estão criando coragem para buscar apoio.
As profissionais também explicaram o chamado ciclo da violência, dividido em três fases:
“Esse ciclo pode durar dias ou até horas, mas tende a se repetir se não houver intervenção”, alertou Rafani.
A Lei Maria da Penha completou 19 anos esta semana, e, segundo Alessandra, a maior conquista é a possibilidade de solicitar medida protetiva já no momento do registro do boletim de ocorrência.
Além disso, programas como o Promuse (Programa Mulher Segura) e o trabalho integrado da rede de apoio têm contribuído para dar mais segurança às vítimas – desde que elas aceitem romper definitivamente com a situação de violência.
O CRAM atende mulheres de todas as idades e classes sociais, desde adolescentes de 16 anos até idosas de mais de 60. “A violência não escolhe cor, idade ou condição financeira. Já atendi mulheres sem renda e outras que recebem mais de R$ 10 mil por mês”, destacou Rafani.
A orientação das especialistas para familiares e amigos é acreditar na palavra da vítima e estar presente. O afastamento social imposto pelo agressor é um sinal de alerta.
Visitar, manter contato e oferecer apoio podem ser atitudes decisivas para salvar uma mulher de uma situação de risco.
Para as entrevistadas, romper com a violência também exige que os homens se conscientizem e busquem ajuda. “Não é porque seu pai tratava sua mãe de determinada forma que você deve repetir isso. É preciso mudar o pensamento e respeitar a mulher”, afirmou Rafani.
O Agosto Lilás segue com uma programação de palestras, orientações e ações em Três Lagoas, com o objetivo de fortalecer a rede de proteção e incentivar denúncias. O CRAM reforça que está de portas abertas para acolher e orientar mulheres em situação de violência.
📞 Denúncias e atendimento
Confira a entrevista: