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O mês de setembro chegou e com ele a campanha Setembro Amarelo, que chama atenção para a prevenção ao suicídio e os cuidados com a saúde mental. Em Três Lagoas, ações estão sendo realizadas pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, com a participação dos profissionais do CAPS II e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Durante entrevista à Jovem Pan Três Lagoas, as psicólogas Maira Dorighello Cadamuro Guimarães e Celiane Mancini Falco destacaram a importância de abrir espaço para o diálogo e acolhimento. Segundo elas, falar sobre saúde mental não deve ser restrito ao mês de setembro.
“O suicídio ainda é tratado como tabu, mas quanto mais conversamos, mais fácil fica para as pessoas procurarem ajuda. É fundamental ouvir sem julgamentos e mostrar que ninguém está sozinho”, ressaltou Celiane.
De acordo com os registros do município, em 2024 foram 225 tentativas de suicídio notificadas. Apenas até agosto de 2025, já são 137 casos. As profissionais alertam que os números são ainda maiores, pois muitos episódios não chegam a ser notificados.
Outro ponto de preocupação é o público jovem. Só no CAPS II, são quase 100 atendimentos de adolescentes por mês. Muitos chegam após episódios de automutilação ou encaminhados por colegas que também observam sinais de sofrimento.
“O adolescente muitas vezes pede ajuda não só por ele, mas também por um amigo. É um público que olha muito um pelo outro, mas também precisa do envolvimento da família nesse processo”, explicou Maira.
As psicólogas Maira Dorighello Cadamuro Guimarães e Celiane Mancini Falco
Os atendimentos podem ser realizados tanto nas unidades de saúde quanto no CAPS II. Dependendo da gravidade, o paciente é direcionado para acompanhamento com psicólogos, psiquiatras e grupos terapêuticos. Casos urgentes também chegam via UPA, com encaminhamento imediato.
“A prevenção é fundamental. Se alguém próximo muda de comportamento, fica mais isolado ou demonstra falas de desesperança, é preciso acolher e orientar a procurar ajuda”, reforçam as psicólogas.
As ações do mês incluem rodas de conversa, palestras e atividades em escolas, praças e unidades de saúde. Entre os destaques estão:
As especialistas lembram que o suicídio é um problema de saúde pública e não deve ser tratado como “fraqueza” ou “frescura”. Por isso, reforçam a importância de conversar sobre o tema com responsabilidade e cuidado, especialmente nas redes sociais e nos veículos de comunicação.
“O momento mais escuro da vida é como a madrugada. Mas logo depois vem o amanhecer. Sempre é possível buscar ajuda e enxergar uma nova esperança”, destacou Maira.
Confira a entrevista: