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Por Henrique Ferian
Em Três Lagoas, a segurança dos coletores de lixo e a preservação ambiental são temas de crescente preocupação, especialmente no que tange ao descarte de materiais perfurocortantes. A enfermeira e coordenadora da Vigilância em Saúde do Trabalhador, Danielle Ignácio Amorim, destaca a importância de práticas corretas para evitar acidentes e contaminação. A iniciativa visa conscientizar a população sobre os riscos associados ao descarte inadequado de itens como vidros quebrados e seringas, que podem causar sérios ferimentos aos profissionais que atuam na coleta diária de resíduos na cidade.
O descarte adequado do lixo vai além da simples organização doméstica; ele é um pilar fundamental para a segurança pública e a saúde ambiental. Danielle Ignácio Amorim ressalta que a correta destinação de resíduos é crucial para prevenir acidentes com os coletores de lixo, que diariamente manuseiam uma vasta gama de materiais, muitos deles perigosos. Além disso, o descarte consciente contribui significativamente para a proteção do meio ambiente, evitando a contaminação do solo e a exposição de animais a substâncias nocivas. A coordenadora enfatiza que, ao adotar práticas responsáveis, a comunidade não só protege os trabalhadores essenciais, mas também salvaguarda o ecossistema local.
Para garantir a segurança dos coletores de lixo e evitar acidentes domésticos, o descarte de materiais cortantes como vidros quebrados, copos e espelhos requer atenção especial. Danielle Ignácio Amorim orienta que o ideal é enrolar esses artigos em várias camadas de jornal ou papelão e, em seguida, colocá-los dentro de uma caixa rígida. Essa caixa pode ser de papelão resistente ou de outro material que impeça a perfuração e o contato direto com o objeto cortante. O objetivo é criar uma barreira de proteção que minimize o risco de ferimentos durante o manuseio do lixo. Essa prática simples, mas eficaz, é um passo crucial para a prevenção de acidentes que podem ter consequências graves para os trabalhadores da coleta.
Para indivíduos que fazem uso contínuo de medicamentos injetáveis e estão cadastrados no SUS, o descarte de seringas e agulhas é facilitado e seguro. Danielle explica que esses pacientes podem retirar, na unidade de saúde mais próxima de sua residência, a ‘caixinha de descarpack’. Este recipiente é projetado especificamente para o armazenamento seguro de materiais perfurocortantes. Após o uso diário, as seringas devem ser depositadas na caixinha. Uma vez que a caixinha esteja cheia, o paciente deve retorná-la à unidade de saúde para troca por uma nova, garantindo assim que o descarte final seja feito de forma apropriada e sem riscos para a comunidade e para os coletores de lixo.
O descarte inadequado de materiais perfurocortantes acarreta sérios prejuízos aos coletores de lixo, que são frequentemente vítimas de acidentes de trabalho. Danielle relata que a Vigilância em Saúde do Trabalhador recebe inúmeras notificações sobre esses incidentes, que são a principal motivação para campanhas de conscientização. Ela enfatiza que nenhum trabalhador sai de casa com a intenção de se acidentar, e que a comunidade tem um papel crucial na proteção desses profissionais. Ferimentos nas mãos, braços e pernas são comuns, causados por vidros, agulhas, lancetas e pregos que transpassam os sacos de lixo. Além da dor e do sofrimento físico, esses acidentes resultam em afastamento do trabalho, impactando a vida do coletor e de sua família, e podendo até mesmo prejudicar a eficiência da coleta de lixo na cidade. A coordenadora reforça a necessidade de empatia e responsabilidade por parte da população para com esses trabalhadores essenciais.
Diante do alto índice de acidentes com perfurocortantes, a Vigilância em Saúde do Trabalhador de Três Lagoas, em parceria com a atenção primária (unidades de saúde) e a Secretaria de Meio Ambiente e Agronegócio, desenvolveu um projeto de conscientização. A Coordenadora explica que, inicialmente, a campanha será veiculada nas mídias sociais, televisão e rádio, buscando atingir o maior número possível de pessoas. A iniciativa visa educar a população sobre a importância de identificar e descartar corretamente os materiais perfurocortantes, como vidros e agulhas, para que os coletores possam tomar os devidos cuidados ao manusear o lixo. Embora a garrafa PET possa ser uma alternativa em último caso, a coordenadora reforça que materiais mais rígidos, como caixas de papelão, são preferíveis, pois a PET ainda pode ser perfurada. O objetivo é que, ao ver um saco de lixo identificado com material cortante, o coletor já saiba que precisa ter um cuidado redobrado. Há também a possibilidade de expandir a campanha para outros setores, como escolas, através de ações de promoção em saúde, alcançando a comunidade de forma mais abrangente.
Ao seguir as orientações simples, como embalar vidros em jornais e caixas rígidas, e utilizar as caixinhas de descarpack para seringas, cada morador contribui diretamente para a redução de acidentes e para a construção de uma cidade mais segura e sustentável. A conscientização e a colaboração de todos são fundamentais para garantir que os trabalhadores possam desempenhar suas funções sem riscos, e que o meio ambiente seja preservado para as futuras gerações.
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