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Evento reuniu especialistas, governo e setor produtivo para discutir o futuro da silvicultura no estado
A Expedição Silvicultura, iniciativa inédita da empresa Canopy em parceria com a Embrapa Florestas e a Paulo Cardoso Comunicações, desembarcou em Três Lagoas para o seu quinto evento no Brasil. O encontro reuniu produtores rurais, representantes do setor industrial, profissionais liberais e autoridades governamentais para debater os desafios e oportunidades da silvicultura no Mato Grosso do Sul.
Durante o evento, foram apresentados dados impressionantes sobre o crescimento da base florestal do estado. Segundo Fábio Gonçalves, CEO da Canopy e idealizador da expedição, o Mato Grosso do Sul saltou da quarta para a segunda posição no ranking nacional de área plantada entre 2022 e 2023 — e manteve essa posição em 2024. Atualmente, o estado expande sua base florestal em cerca de 200 mil hectares por ano, com um crescimento médio de 15% ao ano, o mais alto do país.
“Não observamos em nenhum outro estado um crescimento tão expressivo em área plantada”, destacou Gonçalves.
A expedição percorre 40 mil quilômetros com duas caminhonetes, visitando 14 estados para coletar dados em campo sobre florestas plantadas de eucalipto, pinus, teca, mogno e outras espécies. O objetivo é complementar e validar o monitoramento feito por satélite pela Canopy, aprimorando a precisão das informações sobre a silvicultura brasileira.
MS se consolida como polo da indústria de celulose
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMADESC), Jaime Verruck, palestrante do evento, reforçou o papel estratégico do Mato Grosso do Sul como “costa leste da celulose”. Ele lembrou que o estado já abrigou as duas últimas fábricas de celulose inauguradas no mundo e será sede das próximas três.
“O mundo sabe que o jogo da celulose ocorre aqui, na Costa Leste do Mato Grosso do Sul, de forma competitiva e com forte integração entre setor público e privado”, afirmou Verruck.
Atualmente, duas novas plantas estão em construção: a Arauco, em Inocência, que já iniciou a montagem industrial, e a Bracell, em Bataguassu, cujas obras civis devem começar em março. Apesar do volume de investimentos, o principal desafio apontado é a disponibilidade de mão de obra qualificada.
Novos investimentos e infraestrutura impulsionam região
Além das fábricas de celulose, Três Lagoas está recebendo empresas globais do setor de hidrocelulose, como Andritz e Valmet, que já adquiriram terrenos na cidade e devem se instalar no primeiro semestre de 2025.
Outro destaque é o avanço nas obras da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Bataguassu, cujo prédio de fábrica será entregue ainda este ano — antes do prazo previsto pela Receita Federal. A ZPE, que abrange uma área de 23 km, poderá atrair data centers interessados em energia limpa gerada a partir de resíduos da indústria de celulose.
Paralelamente, avança o projeto do Porto Seco de Três Lagoas, cujo edital de licitação deve ser lançado em março de 2025, após a aprovação do novo Plano Diretor pela Câmara Municipal. O Porto Seco será voltado ao desembaraço aduaneiro, complementando a ZPE, que tem foco na produção industrial.
Rota Bioceânica abre novos mercados
A Rota Bioceânica, que ligará o Brasil ao Chile via Paraguai e Argentina, também foi tema de destaque. Recentemente, o vice-governador de MS participou de reuniões na Argentina com governadores e ministros da região para alinhar a conclusão das obras. A expectativa é que a rota esteja totalmente asfaltada até o final de 2025, permitindo que a celulose produzida em MS — especialmente em Ribas do Rio Pardo — alcance o mercado asiático por uma rota mais curta e eficiente.
Durante visita recente ao estado, o presidente do Paraguai conheceu a unidade da Suzano em Ribas e saiu motivado a desenvolver o setor florestal em seu país, com vistas à instalação da Paracell, fábrica de celulose paraguaia.
UFN3 segue em análise na Petrobras
Sobre a tão aguardada Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, Verruck informou que a Petrobras está analisando orçamentos de empresas interessadas na construção da planta, dividida em blocos para agilizar o processo. A expectativa é que a contratualização comece entre janeiro e fevereiro de 2025. O recente retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes — com a inauguração de uma unidade em Sergipe — reforça os sinais positivos para o projeto.
Acompanhe a Expedição Silvicultura
A expedição segue viagem rumo ao Triângulo Mineiro, São Paulo e os estados do Sul, com encerramento previsto em 6 de novembro em Porto Alegre (RS). Quem quiser acompanhar os bastidores, dados coletados e próximos eventos pode seguir a iniciativa nas redes sociais (@expedicaosilvicultura no Instagram e LinkedIn) ou acessar o site [expedicaosilvicultura.com.br](http://expedicaosilvicultura.com.br).
A Canopy já planeja uma nova edição da expedição em 2026, reforçando seu compromisso com a geração de conhecimento e o fortalecimento do setor florestal brasileiro.
Confira a entrevista: