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Doutora Larissa de Freitas Matos pediatra nos estúdios da Jovem Pan Três Lagoas
Por Henrique Ferian
Com a chegada das baixas temperaturas, uma preocupação comum entre pais e cuidadores é como proteger as crianças das doenças respiratórias. Em entrevista à Jovem Pan Três Lagoas 99,5 FM, no programa Jornal da Manhã, a pediatra Larissa de Freitas Matos destacou os principais cuidados para garantir a saúde dos pequenos em Três Lagoas, especialmente em um período atípico de frio intenso na região.
“As crianças, e também os idosos, são os que mais sofrem com as quedas bruscas de temperatura”, explica a Dra. Larissa. Segundo ela, o frio faz com que as pessoas fiquem mais tempo em ambientes fechados, facilitando a circulação de vírus e aumentando o risco de infecções.
A pediatra enfatiza a importância de medidas simples, mas eficazes, para evitar a proliferação de doenças:
Em Três Lagoas, onde o frio costuma ser mais curto e as temperaturas podem variar ao longo do dia, a forma de vestir as crianças também merece atenção. A Dra. Larissa recomenda o uso de roupas em camadas: “Colocar uma roupinha por baixo um pouquinho mais quentinha e aí colocando os casacos”. Isso permite que a criança retire as camadas conforme a temperatura aumenta, mantendo-a aquecida sem superaquecer. Para bebês, que perdem mais calor, toucas e luvinhas são indicadas em temperaturas abaixo de 16°C.
Um dos temas mais preocupantes abordados foi a bronquiolite, que teve grande destaque neste ano. A Dra. Larissa explica a diferença entre um resfriado comum e a bronquiolite, e quando os pais devem procurar ajuda médica de urgência:
“Dificilmente uma criança saudável vai começar com sintomas graves de bronquiolite. Geralmente, começa como uma síndrome gripal comum, com nariz escorrendo, tosse e febre baixa, e evolui.”
Sinais de Alerta de Bronquiolite (e outras condições graves):
Quando procurar o pronto-socorro com urgência:
A pediatra reforça que, se a criança está ativa e a febre baixa com a medicação, geralmente é possível manejar em casa. No entanto, se a febre passar e a criança continuar sonolenta ou apática, a avaliação médica é indispensável.
A Dra. Larissa é enfática quanto aos riscos da automedicação, especialmente em crianças: “A maioria desses xaropes não vai resolver muita coisa, se não tem indicação não vai resolver, é só para acalmar o coração da mãe mesmo”. Ela alerta para os perigos de problemas neurológicos, sonolência e intoxicação por doses inadequadas, reiterando a importância de sempre buscar orientação médica.
Quanto aos mitos sobre “pegar friagem” ou “andar descalço” causar doenças, a pediatra esclarece: “Não vai ser o pé no chão que vai causar a febre, o desconforto respiratório ou a secreção”. As doenças virais são transmitidas pelo ar e pelo contato, não pela temperatura do corpo.
Em relação ao banho, a recomendação é morno e rápido, evitando banhos longos e muito quentes que ressecam a pele, comprometendo sua função de barreira protetora contra infecções.
Apesar dos recentes debates e desinformação, a Dra. Larissa Matos reforça a importância vital da vacinação, especialmente contra a gripe (influenza), disponível para crianças a partir de 6 meses de idade.
“É muito importante sim, porque a gente vê que os maiores quadros de internação, além do vírus inicial respiratório que é o mais comum da bronquiolite, também é a influenza”, explica. A vacina evita internações e complicações graves, e é oferecida gratuitamente pelo SUS.
A pediatra lamenta o preconceito de algumas famílias em relação às vacinas, que são comprovadamente seguras e eficazes na prevenção de doenças há décadas. “A gente tem medo do hospital, tem medo de tomar um antibiótico, tem medo de acontecer algo pior, mas da vacina que vai prevenir, que é um remédio de graça, ninguém quer tomar”, finaliza.
Em Três Lagoas, a vacina contra a influenza está disponível para toda a população a partir dos 6 meses de idade nas unidades de saúde. Proteger as crianças é um ato de amor e responsabilidade.
Confira a entrevista:
