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Londres e Três Lagoas: dois cenários distantes, um mesmo alerta - Difusora FM 99.5

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Londres e Três Lagoas: dois cenários distantes, um mesmo alerta

Por Henrique Ferian

Londres, uma das cidades mais ricas e influentes do mundo, vive hoje uma crise visível a céu aberto: mais de 13 mil pessoas em situação de rua, barracas montadas em áreas nobres, comunidades improvisadas ocupando parques, estações de metrô e pontos turísticos. Uma realidade que, há poucos anos, parecia incompatível com o padrão de vida europeu.

O aumento do custo de moradia, a disparada das contas de energia, a escassez de vagas em moradias sociais e os efeitos colaterais da pandemia criaram um ambiente propício para que a rua se tornasse destino de milhares de pessoas. É um problema complexo, enraizado e já de difícil reversão.

Mas por que isso importa para nós?

Porque, guardadas as devidas proporções, Três Lagoas começa a apresentar sintomas de um fenômeno muito semelhante — ainda em estágio inicial, mas crescendo de forma visível e preocupante.

Nos últimos meses, a cidade tem registrado a expansão de pontos de acampamento improvisado em locais estratégicos: áreas centrais, rodoviária, avenidas importantes e até mesmo no principal cartão-postal do município. Não se trata apenas de vulnerabilidade social — trata-se de ocupação irregular e permanente do espaço público, algo que Londres aprendeu, tarde demais, a não menosprezar.

A diferença é clara: em Londres, o custo de vida empurra famílias inteiras para a rua.

Em Três Lagoas, a grande maioria dessas pessoas tem referência familiar, tem origem local e tem atendimento disponível, mas recusa o acolhimento. O fator predominante é outro: dependência química, ruptura de vínculos e uma escolha que, mesmo sendo individual, afeta o coletivo.

E aqui está o ponto central: o que hoje é isolado pode se tornar incontrolável, exatamente como ocorreu em grandes metrópoles. Quando a ocupação do espaço público se normaliza, ela se espalha. Quando não há ação firme, surgem mais barracas, mais conflitos, mais insegurança e mais degradação.

Londres demonstra que, depois que esse processo avança, retomá-lo é extremamente difícil.

Três Lagoas tem a chance de agir antes que a situação atinja esse patamar.

Há oferta de acolhimento, estrutura adequada e serviços sociais preparados. O que falta é impedir que áreas públicas se tornem zonas de moradia permanente — algo que nenhum município pode permitir, sob risco de transformar praças e cartões-postais em territórios sem regra e sem limite.

Ignorar esse movimento é repetir o erro que metrópoles do mundo inteiro já cometeram.

Reconhecer o problema e enfrentá-lo é garantir que Três Lagoas não siga pelo mesmo caminho.

Londres serve como alerta; Três Lagoas, como oportunidade.

A diferença entre os dois cenários, daqui para frente, dependerá da capacidade de agir agora — antes que o que ainda é pontual se transforme em permanente.

 

 

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