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A licitação para a conclusão da fábrica de fertilizantes UFN3, em Três Lagoas (MS), teve o prazo de entrega de propostas adiado para agosto devido à instabilidade no preço do petróleo, causada pela guerra entre Irã e Israel e pelas políticas tarifárias do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Detalhes do Adiamento e Próximos Passos
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que está em Campo Grande para um evento da Aena, confirmou o adiamento. As empresas concorrentes solicitaram a prorrogação em virtude dos eventos globais que impactam diretamente o custo do petróleo.
A expectativa é que o contrato com a empresa vencedora seja assinado entre dezembro deste ano e janeiro de 2026, com a retomada das obras prevista para março de 2026. Simone Tebet ressaltou a natureza imprevisível das licitações, mas enfatizou o compromisso do governo federal em finalizar a fábrica.
Importância Estratégica da UFN3
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), destacou a relevância estratégica da UFN3 para o Brasil. A fábrica tem o potencial de suprir 15% da demanda nacional por fertilizantes nitrogenados, o que impulsionaria investimentos em logística e em todo um cluster operacional na região.
Histórico da Fábrica
A construção da UFN3, projetada para ser uma das maiores fábricas de fertilizantes da América Latina, tem sido marcada por uma série de desafios. As obras foram paralisadas em 2014, com 81% de conclusão, e desde então, diversas tentativas de retomada falharam.
Em 2022, a empresa russa Acron demonstrou interesse em adquirir a unidade, mas as negociações não avançaram devido a divergências sobre o modelo de operação. A Acron propunha transformar a UFN3 em uma fábrica de mistura de fertilizantes, o que foi rejeitado pelo governo estadual e pela Prefeitura de Três Lagoas, que defendem a manutenção do projeto original.
Em abril de 2024, Jean Paul Prattes, então presidente da Petrobras, visitou a unidade e informou que seriam necessários R$ 5 bilhões para a conclusão da obra. A previsão na época era de que os estudos de viabilidade e o processo licitatório começassem ainda em 2024, com a fábrica entrando em operação em 2028.
Capacidade e Impacto
O projeto atual da UFN3 prevê a produção diária de 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia, consumindo 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Uma vez concluída, a UFN3 será a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina, tornando-a um ativo estratégico tanto para o agronegócio brasileiro quanto para a Petrobras.
Da Redação
