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O município de Três Lagoas deu um passo decisivo na área da saúde pública ao zerar, nos últimos cinco anos, os casos de transmissão vertical do HIV — quando o vírus é transmitido de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação. Com esse desempenho, a cidade está em processo de certificação junto ao Ministério da Saúde, que reconhece municípios que alcançaram a eliminação desse tipo de transmissão e de outras infecções.
A conquista é fruto do trabalho desenvolvido pelo Programa Municipal de IST, AIDS e Hepatites Virais, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que implementa ações contínuas de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento de gestantes soropositivas. Desde 2020, Três Lagoas não registra nenhum caso de transmissão do HIV da mãe para o bebê.
Segundo a coordenadora do programa, Natália Andrade, o município já atende a todos os critérios técnicos exigidos para receber o selo de erradicação do Ministério da Saúde. “Agora aguardamos a visita da Equipe Nacional de Validação, prevista para ocorrer até setembro. Se tudo estiver conforme os indicadores apresentados, Três Lagoas será oficialmente certificada como uma cidade livre da transmissão vertical do HIV”, afirmou.
O último caso registrado no município ocorreu em 2019, por meio de amamentação. De lá para cá, os números mostram a efetividade da rede de atenção materno-infantil:
2020: 7 gestantes com HIV – 0 casos de transmissão
2021: 7 gestantes – 0 casos
2022: 4 gestantes – 0 casos
2023: 6 gestantes – 0 casos
2024: 7 gestantes em acompanhamento – bebês ainda em monitoramento
Entre as medidas adotadas pela SMS estão o reforço ao pré-natal com testagem rápida, início imediato da terapia antirretroviral, orientações quanto à não amamentação em casos positivos e fornecimento de fórmula infantil até os seis meses de vida. Também é ofertado o Implanon, um contraceptivo subcutâneo de longa duração, como estratégia de planejamento reprodutivo para mulheres vivendo com HIV.
A certificação integra uma iniciativa nacional que busca reconhecer boas práticas de eliminação da transmissão vertical não apenas do HIV, mas também da sífilis, hepatite B, doença de Chagas e HTLV. Três Lagoas segue como referência regional e agora aguarda a avaliação técnica presencial para a oficialização do reconhecimento federal.