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Por Henrique Ferian
O ano de 2025 tem se desenhado como um período sombrio para a segurança viária em Três Lagoas e região. Uma sucessão alarmante de acidentes de trânsito com vítimas fatais tem ceifado vidas em vias urbanas e, principalmente, nas movimentadas rodovias federais e estaduais que cortam o município. A imprudência, a desatenção e, em alguns casos, as condições climáticas adversas, emergem como um tripé perigoso que pavimenta o caminho para essas tragédias. Esta reportagem aprofunda-se nos acidentes fatais registrados até 10 de setembro de 2025, expondo a cronologia dessas perdas e lançando luz sobre as BRs e MSs que se tornaram palcos de excessos de acidentes, exigindo uma resposta urgente das autoridades e da sociedade.
O ano mal havia começado quando o trânsito de Três Lagoas já cobrava seu preço. Em 13 de janeiro de 2025, uma fatalidade chocou a comunidade local: quatro pessoas perderam a vida em um acidente em uma estrada rural próxima à Fazenda Buriti . A tragédia, que envolveu membros da mesma família, ressaltou a vulnerabilidade das vias vicinais e o impacto devastador que tais eventos podem ter em lares três-lagoenses. As circunstâncias exatas ainda carecem de detalhes públicos, mas o luto já se instalava na cidade.
Dias depois, em 15 de janeiro de 2025, um incidente fora do perímetro urbano, mas com repercussão local, adicionou mais uma vida à triste estatística. Um trabalhador faleceu após um acidente com uma roçadeira, quando uma das lâminas se desprendeu e o atingiu. Embora não seja um acidente de trânsito convencional, o episódio sublinha a importância da segurança em todas as esferas da vida, inclusive no ambiente de trabalho.
Fevereiro trouxe à tona a periculosidade da BR-262, uma das principais artérias rodoviárias que atravessam Três Lagoas. Em 24 de fevereiro de 2025, um grave acidente frontal na rodovia, envolvendo um carro de passeio e uma carreta carregada de eucalipto, resultou na morte de um homem. A colisão foi de tal magnitude que a carreta tombou e pegou fogo, transformando o trecho em um cenário de caos e interdição. A identidade da vítima não foi amplamente divulgada, mas o impacto da batida e a subsequente combustão da carreta evidenciam a violência desses acidentes e os riscos inerentes a uma rodovia de alto fluxo de veículos de carga como a BR-262. As investigações seguem, mas a cena reforça o perigo constante que essa via representa.
O mês de março registrou a perda de uma jovem motociclista, um lembrete doloroso da fragilidade dos condutores de duas rodas no trânsito urbano. Em 13 de março de 2025, Jenyffer Mileyde Veiga Moura, de 30 anos, faleceu após um acidente na movimentada Avenida Ranulpho Marques Leal. A motociclista perdeu o controle de sua moto e colidiu com um poste. A Avenida Ranulpho Marques Leal, uma das vias de maior movimento em Três Lagoas, se tornou palco de mais uma tragédia, reforçando a necessidade de maior atenção e prudência por parte de todos os usuários da via, especialmente motociclistas, que estão mais expostos a lesões graves em caso de colisão. As autoridades investigam as causas que levaram Jenyffer a perder o controle do veículo.
Abril trouxe consigo mais duas tragédias que, embora uma delas não tenha ocorrido diretamente em Três Lagoas, impactaram a região e a população local, especialmente pela proximidade das rodovias. Em 04 de abril de 2025, um motorista perdeu a vida em um acidente entre carretas na MS-112, na divisa entre Inocência e Três Lagoas. Detalhes sobre a dinâmica e a identidade da vítima não foram amplamente divulgados, mas a ocorrência em uma rodovia de grande importância para o escoamento da produção regional destaca os riscos enfrentados pelos profissionais do transporte. A MS-112, assim como outras rodovias da região, exige atenção redobrada devido ao tráfego intenso de veículos pesados.
Dois dias depois, em 06 de abril de 2025, um grave acidente na BR-060, próximo a Campo Grande, resultou na morte de uma mãe e seus três filhos. Embora o local do acidente não seja em Três Lagoas, a notícia repercutiu na cidade devido à proximidade e à gravidade da tragédia familiar. A colisão envolveu dois carros de passeio e uma carreta, e a perda de quatro vidas de uma mesma família em um único evento ressalta a devastação que os acidentes de trânsito podem causar. Este caso serve como um lembrete sombrio de que as consequências da imprudência no trânsito podem se estender muito além das fronteiras municipais, afetando diretamente a vida de moradores da região.
Maio foi um mês particularmente doloroso para Três Lagoas, com múltiplos acidentes fatais que abalaram a comunidade. No Dia das Mães, 11 de maio de 2025, o casal Edson Nunes de Oliveira Alves, de 40 anos, e Cláudia Morais Pires da Silva, de 41 anos, perdeu a vida em um acidente na BR-262, em Três Lagoas. A filha do casal, de apenas 18 anos, sobreviveu, mas ficou gravemente ferida. O veículo em que a família estava teria rodado na pista e sido atingido por uma caminhonete. A forte chuva no momento do acidente é apontada como um fator que pode ter contribuído para a tragédia, reforçando a necessidade de cautela ao dirigir em condições climáticas adversas. A perda de um casal em uma data tão simbólica gerou grande comoção na cidade, reacendendo o debate sobre a segurança na BR-262.
No dia 21 de maio de 2025, mais uma vida foi ceifada, desta vez envolvendo um ciclista. Bruno Freitas da Silva, de 32 anos, morador de Três Lagoas, morreu após ser atropelado por uma carreta na rotatória ao lado do Posto Base, na zona rural de Castilho (SP), logo após a ponte que liga o município a Três Lagoas (MS). O acidente, que ocorreu em uma área de transição entre os estados, destaca os perigos enfrentados por ciclistas em vias de grande fluxo de veículos pesados. A vulnerabilidade dos ciclistas no trânsito é uma preocupação crescente, e incidentes como este reforçam a importância de campanhas de conscientização para motoristas e ciclistas, visando a convivência segura nas estradas.
Junho também registrou perdas significativas, com destaque para as rodovias federais e estaduais. Em 06 de junho de 2025, Josefa Farias da Silva, de 46 anos, moradora de Três Lagoas, foi a vítima fatal de um grave acidente envolvendo duas carretas na BR-158, na cabeceira da ponte sobre o rio Verde, em Três Lagoas. A dinâmica do acidente não foi detalhada, mas a colisão entre veículos de grande porte em uma rodovia federal reitera os riscos de trafegar por essas vias, especialmente em pontos críticos como pontes. A BR-158 é uma rota importante para o transporte de cargas, e a ocorrência de acidentes fatais nela reforça a necessidade de fiscalização e manutenção adequadas.
No dia 17 de junho de 2025, o motorista Rafael Giacomini, de 42 anos, morreu em um acidente envolvendo a caminhonete que conduzia e um caminhão, na MS-112, em Inocência, a 132 km de Três Lagoas. Embora o acidente tenha ocorrido fora dos limites de Três Lagoas, a vítima era da região, o que gerou impacto na comunidade. A MS-112, que liga Três Lagoas a outras cidades, é uma rodovia com características que exigem atenção, e acidentes envolvendo veículos de diferentes portes são um lembrete constante dos perigos da estrada.
Julho trouxe mais duas mortes para as estatísticas de acidentes fatais, tanto em vias urbanas quanto em rodovias. Em 19 de julho de 2025, Fernando Iran Santos Zanholo, um jovem motociclista de apenas 20 anos, perdeu a vida em um trágico acidente no cruzamento da Avenida Capitão Olinto Mancini com a Rua Generoso Siqueira, no Centro de Três Lagoas. Este cruzamento, conhecido pelo intenso movimento, é um ponto de atenção para as autoridades de trânsito. A perda de um jovem em um acidente urbano ressalta a necessidade de campanhas educativas direcionadas aos mais novos e a importância de respeitar a sinalização e os limites de velocidade em áreas urbanas.
Dois dias depois, em 21 de julho de 2025, um motociclista não identificado morreu em um acidente com uma carreta que estava parada na via. A colisão, que envolveu uma motocicleta de Três Lagoas, resultou na morte instantânea do condutor. As informações preliminares indicam que a carreta estava imobilizada na rodovia devido a uma pane mecânica e devidamente sinalizada. Este tipo de acidente, onde um veículo colide com outro parado, destaca a importância da atenção constante dos motoristas e motociclistas, especialmente em rodovias, onde a velocidade é maior e o tempo de reação é menor.
Agosto registrou uma tragédia que tocou a todos pela idade da vítima. Em 11 de agosto de 2025, o adolescente Gabriel Costa Lima, de apenas 13 anos, morreu em Três Lagoas após sofrer um acidente de bicicleta. Embora tenha sido socorrido, o jovem não resistiu aos ferimentos. Este triste evento serve como um alerta para a segurança de crianças e adolescentes no trânsito, especialmente aqueles que utilizam bicicletas. A falta de infraestrutura adequada para ciclistas e a imprudência de motoristas são fatores que contribuem para esses acidentes, e a proteção dos mais vulneráveis no trânsito deve ser uma prioridade para a sociedade e as autoridades.
O mês de setembro, até o dia 10, já registrou mais uma fatalidade. Em 09 de setembro de 2025, o motociclista Karlos Henrique, de 31 anos perdeu a vida em um grave acidente na Rua Antônio Estevam Leal, em Três Lagoas. Ele colidiu violentamente contra um carro. Este acidente, ocorrido em uma via urbana, reforça a necessidade de cautela e respeito às leis de trânsito em todas as áreas da cidade. A recorrência de acidentes envolvendo motociclistas é um ponto de preocupação constante, e a conscientização sobre os riscos e a importância do uso de equipamentos de segurança são fundamentais para evitar novas tragédias.
Analisando a cronologia dos acidentes fatais em Três Lagoas em 2025, é impossível ignorar o papel preponderante de algumas rodovias que cortam a região. A BR-262, que liga Três Lagoas a Campo Grande e outras importantes cidades, emerge como um dos trechos mais perigosos. Com acidentes registrados em fevereiro e maio, envolvendo colisões frontais e veículos de carga, a rodovia demonstra a necessidade urgente de fiscalização intensificada e, possivelmente, de melhorias estruturais para suportar o intenso fluxo de veículos pesados.
Outra via que se destaca negativamente é a BR-158. O acidente fatal de junho, na cabeceira da ponte sobre o rio Verde, ressalta a vulnerabilidade de pontos específicos dessa rodovia, que é vital para o transporte de cargas. A combinação de alta velocidade e pontos críticos exige atenção redobrada dos motoristas e ações preventivas por parte dos órgãos responsáveis.
A MS-112, embora seja uma rodovia estadual, também figura no cenário de acidentes fatais, com registros em abril e junho. A via, que conecta Três Lagoas a Inocência e outras localidades, apresenta características que demandam cautela, especialmente em trechos com grande movimentação de veículos de diferentes portes. A ocorrência de acidentes nessa rodovia reforça a necessidade de campanhas de conscientização e fiscalização contínua.
Embora a BR-060 não tenha registrado acidentes fatais diretamente em Três Lagoas, o trágico evento próximo a Campo Grande em abril, envolvendo uma família da região, serve como um lembrete de que os perigos das rodovias se estendem por todo o estado, e a atenção deve ser constante em qualquer deslocamento.
Os dados de acidentes fatais em Três Lagoas em 2025, até o momento, pintam um quadro sombrio e exigem uma reflexão profunda por parte de toda a sociedade. A perda de vidas, muitas delas jovens, em acidentes que poderiam ser evitados, é um lembrete doloroso da responsabilidade que cada um tem no trânsito. A imprudência, a desatenção e o desrespeito às leis são fatores que se repetem nas narrativas dessas tragédias. É imperativo que as autoridades continuem investindo em fiscalização, infraestrutura e, principalmente, em campanhas de educação e conscientização que alcancem todos os segmentos da população. A vida é o bem mais precioso, e a segurança no trânsito é uma responsabilidade coletiva. Que as histórias dessas vítimas sirvam como um apelo urgente para um trânsito mais seguro e humano em Três Lagoas.