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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), alvo de mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, está na lista de difusão vermelha da Interpol e pode ser deportada para cumprir pena no Brasil. A condenação de dez anos foi motivada pela participação na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Segundo o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, Zambelli foi detida pela polícia italiana nesta terça-feira (29), em Roma. A informação foi reforçada pelo deputado italiano Angelo Bonelli, da coalizão Aliança Verde-Esquerda, que afirmou ter localizado a parlamentar em um apartamento e comunicado a polícia. Bonelli vinha cobrando publicamente a prisão da brasileira desde junho, classificando o caso como uma “vergonha” e defendendo a extradição imediata.
A defesa de Zambelli, no entanto, apresenta outra versão. O advogado Fabio Pagnozzi afirmou que a deputada não foi presa, mas que decidiu se apresentar voluntariamente às autoridades italianas para colaborar com o processo, informando seu endereço e pedindo asilo político. Segundo ele, Carla não é considerada foragida e busca garantir julgamento justo e imparcial.
Também nas redes sociais, o irmão da parlamentar, Bruno Zambelli, deputado estadual em São Paulo, reforçou o discurso da defesa. Ele disse que Carla “tomou uma decisão corajosa” ao pedir asilo político na Itália e acusou o governo brasileiro e a imprensa de mentirem sobre a suposta prisão.
A deputada deve se apresentar oficialmente nesta quarta-feira (30) à Justiça da Itália, que terá até 48 horas para decidir se ela aguardará o processo de extradição presa, em prisão domiciliar ou em liberdade. A decisão inicial poderá ser contestada por ambas as partes.
Mesmo com a nota oficial do governo brasileiro confirmando a prisão, o Partido Liberal divulgou comunicado manifestando apoio à parlamentar e repetindo a tese de que ela se entregou espontaneamente.
Além da pena de prisão, o STF determinou a perda do mandato de Carla Zambelli. O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a Casa vai analisar apenas o pedido de cassação e não a prisão em si. O processo de extradição ainda dependerá da decisão final do governo da Itália.