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O Boom da Celulose em MS: Bilhões em projetos e a disputa financeira por talentos

Por Henrique Ferian

O Leste de Mato Grosso do Sul se transformou em palco de uma verdadeira corrida industrial bilionária. De um lado, a Eldorado Brasil Celulose que em breve vai anunciar a ampliação de sua nova linha de produção em Três Lagoas. Firmou um acordo ambiental de R$ 13,3 milhões em compensações ambientais no MS. Do outro, a Arauco, gigante chilena, que segue com seu projeito em Inocência (MS) para erguer a maior fábrica de celulose do mundo em capacidade unificada.

As duas empresas protagonizam uma disputa silenciosa por território, eficiência e, sobretudo, mão de obra qualificada, movimentando a economia, as instituições ambientais e o setor técnico-industrial em toda a região.

Eldorado: novo investimento, mais celulose e compromisso ambiental

Após encerrar um impasse jurídico com a antiga sócia Paper Excellence, o grupo J&F — atual controlador da Eldorado — ampliou o projeto de expansão da unidade em Três Lagoas. O novo plano prevê uma capacidade de produção de 2,6 milhões de toneladas/ano, um acréscimo de 300 mil toneladas em relação ao projeto original.

Esse aumento elevou o investimento total para R$ 16,9 bilhões. Como consequência, a empresa firmou um acordo com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para pagar R$ 13,3 milhões em compensações ambientais.

Onde será investido esse valor?

O recurso será destinado exclusivamente a:

  • Reflorestamento e recuperação de áreas degradadas
  • Campanhas de educação ambiental
  • Apoio a unidades de conservação
  • Proteção de áreas naturais

Esse valor não pode ser usado para custeio de folha de pagamento ou manutenção da administração pública.

A Eldorado já opera uma planta em Três Lagoas com capacidade de 1,8 milhão de toneladas/ano e, com essa segunda linha, reforça sua presença na região — embora ainda não tenha divulgado uma data oficial para o início das obras.

🇨🇱 Arauco em Inocência

Enquanto a Eldorado resolve pendências e ajustes ambientais, a Arauco, empresa chilena que atua em diversos países, já iniciou a terraplanagem do terreno onde será construída sua nova planta em Inocência, a cerca de 140 km de Três Lagoas.

O chamado Projeto Sucuriú prevê um investimento de cerca de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) e uma capacidade de produção de até 2,5 milhões de toneladas por ano, o que colocaria a fábrica entre as maiores do planeta.

Status atual da obra da Arauco:

  • Licenciamento ambiental aprovado (licença de instalação e operação florestal)
  • Obras de terraplanagem em andamento
  • Estudo de viabilidade avançado com apoio de órgãos estaduais
  • Ainda sem confirmação pública sobre o consórcio construtor ou os fornecedores principais

Com maior agilidade nos trâmites ambientais e sem entraves societários, a Arauco hoje lidera o cronograma físico da nova geração de fábricas do “Vale da Celulose”.

O poder dos bastidores: disputa por engenheiros, técnicos e lideranças aquece o mercado de trabalho

Com três gigantes — Suzano, Eldorado e Arauco — operando ou expandindo ao mesmo tempo em Mato Grosso do Sul, a região vive um cenário incomum: falta gente qualificada para tanta vaga especializada. Isso vem provocando uma movimentação silenciosa, porém intensa, nos bastidores do setor de celulose, onde profissionais são disputados a peso de ouro.

Operadores industriais, técnicos em automação, engenheiros químicos, eletricistas industriais e soldadores especializados estão no centro dessa corrida — mas não estão sozinhos.

Cargos de chefia também viram alvo: diretores e supervisores “pescados” com propostas vantajosas

Além da base técnica, empresas têm travado uma verdadeira batalha pelos cargos de liderança. Diretores industriais, supervisores de área, gerentes de manutenção e coordenadores de processos estão sendo “arrancados” de concorrentes com propostas vantajosas, que incluem:

  • Salários agressivos e bônus anuais acima do mercado
  • Pacotes de participação nos lucros (PLR) diferenciados
  • Auxílio para mudança e estabilidade contratual
  • Autonomia de gestão e estrutura de equipe sob demanda

Segundo fontes ligadas ao setor de RH, há empresas oferecendo contratos personalizados e metas negociáveis para atrair executivos seniores — em alguns casos, com ofertas confidenciais feitas diretamente por headhunters atuando dentro do Estado.

“A disputa está tão intensa que gestores com 10, 15 anos em uma mesma empresa estão mudando de camisa. Nunca vi algo assim na indústria pesada fora do eixo Rio-SP”, revela um consultor especializado em recrutamento industrial.

 Ofertas sedutoras movimentam o setor:

  • Bonificações de entrada e retenção
  • Moradia e escola paga para filhos
  • Progressão de carreira rápida
  • Premiações por metas superadas em produção e segurança

Alguns profissionais, inclusive em níveis de coordenação ou direção, chegam a receber três ou mais propostas simultâneas, sendo disputados entre empresas que operam na mesma cidade ou em municípios vizinhos.

O resultado é um mercado de trabalho regional superaquecido, dinâmico e estratégico, onde gente qualificada virou ativo tão valioso quanto eucalipto e máquinas de última geração.

 Quem está por trás das obras?

Eldorado Brasil

  • Fornecimento de tecnologia: Andritz (Áustria)
  • Projeto de engenharia e consultoria: AFRY (Finlândia)
  • Sistemas de automação: Siemens, ABB

Arauco

  • Engenharia básica e projeto ambiental: AFRY
  • Fornecedores: Valmet (Finlândia)
  • Terraplanagem iniciada, empresa executora ainda não divulgada

Suzano

  • Suzano (referência com Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo)
  • Fornecedores: Andritz, Valmet
  • Construtora: Techint Engenharia
  • Obra finalizada em 2024 com sucesso operacional

Mato Grosso do Sul é líder nacional no setor

Com as operações da Suzano, os projetos da Arauco, a expansão da Eldorado e a atuação da Bracell em Bataguassu, o estado se consolida como principal polo de celulose do Brasil — e um dos maiores do mundo.

Esse movimento gera:

  • Crescimento da área plantada de eucalipto
  • Aumento da arrecadação estadual e municipal
  • Geração de milhares de empregos diretos e indiretos
  • Pressão sobre infraestrutura, logística e habitação

Desenvolvimento com responsabilidade

Autoridades do Imasul alertam que o crescimento econômico precisa andar lado a lado com o cuidado ambiental. Por isso, as compensações e o monitoramento rigoroso das obras são essenciais para garantir equilíbrio.

O desafio agora é garantir que essa revolução industrial não sacrifique recursos naturais, nem a qualidade de vida das comunidades do entorno.

 O que está em jogo?

A disputa entre Eldorado e Arauco vai além de celulose: trata-se de reputação, produtividade, empregos e da capacidade do Brasil em atrair investimentos sustentáveis em larga escala.

Mato Grosso do Sul está no centro dessa transformação. A região é hoje palco de um ciclo de progresso que une agronegócio, indústria de base, tecnologia e engenharia de ponta — mas que exige atenção constante às questões sociais, ambientais e humanas.

A pergunta que fica é:
quem chegará primeiro à nova era da celulose — e a que custo?

 

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